Na última terça-feira(9/09), estive presente na Grande Prova Anual de Vinhos de Portugal, realizada nos lindíssimos salões da Casa Julieta de Serpa. Foi um evento superlativo, patrocinado pela ViniPortugal, uma associação privada que promove a indústria vitivinícola portuguesa e pela ACEIP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, e com a participação de diversas importadoras/distribuidores, que ofereceram o melhor dos vinhos daquele país.
Como não deixaria de ser, divido com os confrades uma pequena seleção dos vinhos que mais me impressionaram.
Comecei os "trabalhos" pelo óbvio: um espumante. E fui logo para o topo de gama da Caves Transmontanas, o Vértice Super Reserva 2001, elaborado no Douro com as variedades Gouveio, Viosinho e Codega.
Entre os brancos, comecei pelo velho conhecido Esporão Reserva 2007, corte de Antão Vaz, Roupeiro e Arinto e segui para o Quinta dos Roques Encruzado 2007, vinho que já bebi de várias safras e que é prazer garantido sempre. Continuei por caminhos seguros e degustei novamente, desta vez um 2007, o Prova Régia, vinho 100% Arinto, e o Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2007, feito com Arinto, Chardonnay e Antão Vaz na Península de Setúbal, e sempre entre os melhores brancos portugueses. Resolvi então que era hora de me aventurar por novos sabores e não me decepcionei.O Quinta do Tamariz Loureiro 2007 mostrou uma complexidade que poucas vezes observei em Vinhos Verdes. Já o Casal Figueira 2006, produzido com Arinto, Fernão Pires e Sémillon, foi seguramente um dos melhores da degustação. António Carvalho, o enólogo, faz várias experiências com uvas francesas na região da Estremadura, entre elas a Petit Manseng e Roussane e foi colega de um enólogo español q admiro bastante desde os tempos de Granja Remelluri, Telmo Rodríguez, q hj trabalha em projetos próprios. Outro branco que me agradou foi o Aneto 2007, da Sobredos. Um assemblage de Sémillon, Viosinho, Gouveio e Arinto que resultou em um vinho bastante interessante.
E chegou a vez dos tintos...já tinha provado em ocasiões anteriores muitos dos vinhos da degustação, dentre os quais destacaria os de Altas Quintas, Domingos Alves de Sousa, Quinta dos Roques, Quinta dos Maias, Quinta do Crasto, Bacalhôa e Herdade do Esporão e, portanto, apenas me prolongarei sobre as novidades.
Fui seguindo a trilha de expositores, provando vinhos aleatoriamente e destacaria os seguintes:
Mythos 2005(Casal da Coelheira) - Vinho do Ribatejo, elaborado com Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon.
Marquesa de Cadaval 2005 - Outro ribatejano de excelência, corte de Touriga Nacional, Trincadeira e Alicante Bouschet. O produtor, Casa Cadaval, é uma das mais antigas vinícolas de Portugal, estabelecida em 1648, cuja herdade em Muge já pertenceu a diversos membros da Corte portuguesa. Outro de seus vinhos que está entre meus preferidos é o Trincadeira Vinhas Velhas 2006.
Quinta da Cortezia Reserva 2004 - Feito com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Merlot, foi outro bom representante dos vinhos da Estremadura portuguesa.
Quinta do Serrado Reserva Touriga Nacional 2003 e Picos do Couto Reserva 2005(Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen) - Dois excelentes produtos da FTP Vinhos q estão desembarcando por primeira vez no mercado brasileiro. Provei todos os exemplares da vinícola e vi muitas qualidades nos dois, apesar de achar que estão muito jovens e melhorarão muito nos próximos anos.
Quinta das Tecedeiras Reserva 2004 - Esse vinho não chega a ser uma novidade, pois já provei safra anterior há alguns anos e já é comercializado no Brasil. O tinha provado em uma ocasião muito especial e as impressões positivas o tornaram inesquecível. Decidi, então, prová-lo novamente em sua versão 2004 e em outro contexto, e definitivamente penso que esse tinto do Douro é subestimado pelos enófilos.
Outra vinícola que trouxe ótimos vinhos foi a DFJ, com seu Consensus 2006,um improvável corte de Touriga Nacional e Pinot Noir e o ícone Francos Reserva 2003.
Foram tantos e excelentes vinhos que fui, por razões óbvias, literalmente obrigado a me abster dos vinhos do Porto e licorosos. Mesmo pq já conhecia quase todos os que seriam apresentados. Apenas abri uma exceção para o Grandjó Late Harvest 2005, já que muitos colegas o exaltaram e resolvi conferir. Não me arrependi de tê-lo feito, pois era realmente excelente.
Entre os Portos(provados em outras ocasiões), meus preferidos são:
Warre's Otima 20 Years Old Tawny
Warre's Warrior Reserve Port
Graham's Six Grapes Port
Graham's 10 Years Old Tawny
Quinta do Crasto LBV 2002
Quinta de Ventozelo Tawny 10 Anos
Noval Old Tawny 10 Years Old
Quinta do Noval "Silval" Vintage 2000
Aproveitem as dicas e Santé!
Cesar
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
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