quarta-feira, 10 de setembro de 2008

ViniPortugal - Descubra a Diversidade

Na última terça-feira(9/09), estive presente na Grande Prova Anual de Vinhos de Portugal, realizada nos lindíssimos salões da Casa Julieta de Serpa. Foi um evento superlativo, patrocinado pela ViniPortugal, uma associação privada que promove a indústria vitivinícola portuguesa e pela ACEIP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, e com a participação de diversas importadoras/distribuidores, que ofereceram o melhor dos vinhos daquele país.

Como não deixaria de ser, divido com os confrades uma pequena seleção dos vinhos que mais me impressionaram.

Comecei os "trabalhos" pelo óbvio: um espumante. E fui logo para o topo de gama da Caves Transmontanas, o Vértice Super Reserva 2001, elaborado no Douro com as variedades Gouveio, Viosinho e Codega.

Entre os brancos, comecei pelo velho conhecido Esporão Reserva 2007, corte de Antão Vaz, Roupeiro e Arinto e segui para o Quinta dos Roques Encruzado 2007, vinho que já bebi de várias safras e que é prazer garantido sempre. Continuei por caminhos seguros e degustei novamente, desta vez um 2007, o Prova Régia, vinho 100% Arinto, e o Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2007, feito com Arinto, Chardonnay e Antão Vaz na Península de Setúbal, e sempre entre os melhores brancos portugueses. Resolvi então que era hora de me aventurar por novos sabores e não me decepcionei.O Quinta do Tamariz Loureiro 2007 mostrou uma complexidade que poucas vezes observei em Vinhos Verdes. Já o Casal Figueira 2006, produzido com Arinto, Fernão Pires e Sémillon, foi seguramente um dos melhores da degustação. António Carvalho, o enólogo, faz várias experiências com uvas francesas na região da Estremadura, entre elas a Petit Manseng e Roussane e foi colega de um enólogo español q admiro bastante desde os tempos de Granja Remelluri, Telmo Rodríguez, q hj trabalha em projetos próprios. Outro branco que me agradou foi o Aneto 2007, da Sobredos. Um assemblage de Sémillon, Viosinho, Gouveio e Arinto que resultou em um vinho bastante interessante.

E chegou a vez dos tintos...já tinha provado em ocasiões anteriores muitos dos vinhos da degustação, dentre os quais destacaria os de Altas Quintas, Domingos Alves de Sousa, Quinta dos Roques, Quinta dos Maias, Quinta do Crasto, Bacalhôa e Herdade do Esporão e, portanto, apenas me prolongarei sobre as novidades.

Fui seguindo a trilha de expositores, provando vinhos aleatoriamente e destacaria os seguintes:

Mythos 2005(Casal da Coelheira) - Vinho do Ribatejo, elaborado com Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon.

Marquesa de Cadaval 2005 - Outro ribatejano de excelência, corte de Touriga Nacional, Trincadeira e Alicante Bouschet. O produtor, Casa Cadaval, é uma das mais antigas vinícolas de Portugal, estabelecida em 1648, cuja herdade em Muge já pertenceu a diversos membros da Corte portuguesa. Outro de seus vinhos que está entre meus preferidos é o Trincadeira Vinhas Velhas 2006.

Quinta da Cortezia Reserva 2004 - Feito com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Merlot, foi outro bom representante dos vinhos da Estremadura portuguesa.

Quinta do Serrado Reserva Touriga Nacional 2003 e Picos do Couto Reserva 2005(Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen) - Dois excelentes produtos da FTP Vinhos q estão desembarcando por primeira vez no mercado brasileiro. Provei todos os exemplares da vinícola e vi muitas qualidades nos dois, apesar de achar que estão muito jovens e melhorarão muito nos próximos anos.

Quinta das Tecedeiras Reserva 2004 - Esse vinho não chega a ser uma novidade, pois já provei safra anterior há alguns anos e já é comercializado no Brasil. O tinha provado em uma ocasião muito especial e as impressões positivas o tornaram inesquecível. Decidi, então, prová-lo novamente em sua versão 2004 e em outro contexto, e definitivamente penso que esse tinto do Douro é subestimado pelos enófilos.

Outra vinícola que trouxe ótimos vinhos foi a DFJ, com seu Consensus 2006,um improvável corte de Touriga Nacional e Pinot Noir e o ícone Francos Reserva 2003.

Foram tantos e excelentes vinhos que fui, por razões óbvias, literalmente obrigado a me abster dos vinhos do Porto e licorosos. Mesmo pq já conhecia quase todos os que seriam apresentados. Apenas abri uma exceção para o Grandjó Late Harvest 2005, já que muitos colegas o exaltaram e resolvi conferir. Não me arrependi de tê-lo feito, pois era realmente excelente.
Entre os Portos(provados em outras ocasiões), meus preferidos são:

Warre's Otima 20 Years Old Tawny
Warre's Warrior Reserve Port
Graham's Six Grapes Port
Graham's 10 Years Old Tawny
Quinta do Crasto LBV 2002
Quinta de Ventozelo Tawny 10 Anos
Noval Old Tawny 10 Years Old
Quinta do Noval "Silval" Vintage 2000

Aproveitem as dicas e Santé!

Cesar

sábado, 16 de agosto de 2008

3º Encontro da Confraria Enófilos sem Fronteiras

No encontro de Julho, tb realizado no restaurante Azafrán, tivemos como tema da degustação a variedade Pinot Noir. A pedidos de alguns confrades, não fizemos a prova dos vinhos às cegas. Também ganhamos a adesão do confrade Henri Le Berre, que concordou comigo que o Gevrey-Chambertin era possivelmente o melhor vinho da prova mas foi "morto a pauladas no ninho".
A nota curiosa foi a pontuação baixíssima do Pinot Nero de Franz Haas, já que muitos confrades o elogiaram bastante e até afirmaram preferência por ele após o término da degustação. Definitivamente, vinho não é número mesmo...
Segue o resultado do painel:

1º Te Tera Pinot Noir 2005 Martinborough Vineyards (Nova Zelândia) - 88 pontos

2º J.Löhr Crosspoint 2005 (USA) - 81 pontos

3º Gevrey-Chambertin "Les Marchais" 2004 Faiveley (França) - 80 pontos

4º Pinot Nero 2003 Franz Haas (Alto Adige - Itália) - 79 pontos

5º Viña Carmen Classic Pinot Noir 2005 (Chile) - 78 pontos


Abraços!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

2º Encontro da Confraria Enófilos sem Fronteiras

Mais uma vez, os amigos do primeiro encontro estiveram reunidos no Azafrán, para o 2º encontro da confraria. Desta vez, ganhamos o reforço de vários enófilos e amigos: Oscar Daudt, Tarcísio Passos, Yuri Melo, Renato Jr., Ricardo Moraes, Amorim e Fred Berkowicz, para a degustação de varietais da uva Syrah. Mais uma vez às cegas, essa degustação foi surpreendente pelo resultado final da pontuação. Todos apontavam, antes da prova, o alentejano Incógnito como grande favorito, outros diziam que o francês do Rhône ou até o australiano levariam o primeiro lugar do pódio...e não é q o argentino levou nada menos q 90 pontos na média geral e bateu todos os concorrentes? Outra surpresa agradável foi o exemplar suíço. Mesmo pq aquele país alpino não tem tradição de bons tintos e esse provou que é possível fazê-lo. Abaixo, o resultado do painel.

1º Carinae Reserva Syrah 2004 (Argentina) - 90 pontos

2º Incógnito 2004 Cortes de Cima (Alentejo - Portugal) - 86 pontos

3º Cusumano Syrah IGT Sicilia 2005 (Itália) - 84 pontos

4º Heartland Shiraz 2006 (Austrália) - 82 pontos

5º Syrah Du Valais Mâitre des Chais (Suíça) - 80 pontos

6º Crozes-Hermitage "Les Meysonniers" 2005 Michel Chapoutier (França) - 78 pontos

Aguardem o post sobre a degustação de Pinot Noir...

Abraços!

1º Encontro da Confraria Enófilos sem Fronteiras

Em Maio de 2008, os confrades Marcelo Dionísio, Raphael Zaroni, Chef KK, Julio Berruezo, Davio Dias e Cesar Galvão se reuniram para o primeiro encontro da Confraria Enófilos sem Fronteiras. Realizado no restaurante Azafrán, o tema da degustação foi a casta tinta Cabernet Sauvignon. Foram provados 5 vinhos dessa variedade, às cegas. Infelizmente, não tenho o arquivo com as notas e pontuações desse primeiro encontro. De acordo apenas com os comentários posteriores e minha própria memória, recordo que os vinhos que mais agradaram foram o italiano e o australiano. O argentino foi prejudicado pela temperatura de serviço, alta demais.

Os vinhos degustados:

Di Lenardo Cabernet 2006 DOC Grave (Itália)

Heartland Cabernet Sauvignon 2005 (Austrália)

Beaulieu Vineyards "BV" Cabernet Sauvignon 2002 (USA)

Carinae Reserva Cabernet Sauvignon 2004 (Argentina)

Marqués de Casa Concha Cabernet Sauvignon 2006 (Chile)


Até a próxima e Santé!